PANORAMA DA MUSEOLOGIA E COVID19

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Exposição Papel é Pardo do artista Maxwell │ Museu de Arte do Rio │ Foto: arquivo pessoal

No 20 de maio de 2020, realizei uma transmissão ao vivo pelo Instagram Visita Guiada, uma plataforma voltada para as exposições de arte em museus e galerias no circuito do Rio de Janeiro em conjunto com Luna Clara, Bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e atualmente trabalha com o acervo da Caixa Cultural, com a finalidade de trazer um panorama sobre os desafios museológicos diante da pandemia, recopilar dados e noticias sobre a conjuntura dos museus neste periodo e levantar questionamentos importantes que precisam ser respondidos.

Para começar é primordial entender dois conceitos da área museológica para logo aprodundar o tema. O primeiro é a definição sobre o conceito de Museologia e o segundo é a definição do Museu.

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Limites e potencial do espaço expositivo

O que pode dar de errado em uma exposição quando o espaço não é o adequado?

Sexta-feira 28 de julho aconteceu a Ocupação Eixo com a participação de 39 artistas, curadoria de Luiz Badia e organizada pela galeria @eixoarte no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno em Niterói, trouxe a linguagem da vídeo arte e performance em um único dia.

Alguns detalhes precisam ser discutidos neste artigo de forma crítica já que um conjunto de eventualidades como o espaço/ infraestrutura, equipe/curadoria e público podem afetar o desenvolvimento e a experiência de troca entre obra e visitante.

É preciso enfatizar que o artigo busca levantar pontos da área museológica e o design expositivo para encontrar um pensamento crítico sobre a área.

A performace do artista João Marcos Mancha instalada no terraço do espaço obrigou o espectador a contemplar a obra somente de um lado. Acredita-se que para atingir a leitura do trabalho, era necessário alocar a obra em um espaço maior, permitindo assim que o espectador andasse em volta da obra e ter um campo maior de observação. Colocar uma obra em terraço pequeno amputou o diálogo obra/espectador.

Durante a apresentação houveram problemas técnicos no áudio que atrapalharam o desenvolvimento da obra e distraindo o público.

Na penúltima perfomance dos artistas João Pinaud e Gilbert T, mais uma vez a instalação eléctrica do espaço não suportou a carga dos equipamentos, provocando ruido e até ausência sonora, a qual não foi possível resolver pois não existia um responsável técnico para atender a demanda chegando a provocar desconforto nos próprios artistas.

Também teve uma falha de localização desse trabalho pois a perfomance tinha ao fundo uma iluminação específica que não surtiu o efeito desejado por conta da iluminação externa.
Uma exposição, ocupação ou amostra não trata apenas de chamar os artistas para apresentar seus trabalhos. Neste momento, enfatiza-se a importância do Design Expositivo/Museografia como mecanismo para o planejamento adequado da obra dentro do espaço expositivo.
Por outro lado e não menos importante, o comportamento do público diante das performances não foi no seu estado contemplativo/introspectivo. Aqui não se trata de um show e sim de uma experiência sensorial que precisava de uma conexão com o público.
Na dissertação de Beatriz Morgado (2017) CURADORIA DE EXPERIÊNCIAS: estratégias para exibição de obras participativas em exposições de arte contemporânea (parte 2: Hélio Oiticica) entende-se que:

“a obra continua a se completar e transformar pela relação com o “fora”, ou seja, em contato com os visitantes, consideramos que o local onde este atrito ocorre sejam as exposições. Nos interessa perceber como a experiência dos espectadores pode trazer novidades à exposição. Infelizmente, a maioria das mostras de arte ainda são associadas a um produto acabado.”
O que foi visto na apresentação foi o esforço dos artistas em que funcionasse a ocupação. Mas isto não é uma característica exclusiva do CCPCM e sim da maioria dos espaços que apenas cedem o espaço e não mergulham dentro do projeto expositivo e nem ajudam financeiramente.

Como teria sido evitado esse caos: maior tempo entre a desmontagem da exposição anterior (foi desmontada um dia antes) e a montagem da ocupação. Testes de funcionamento de todos os equipamentos para verificar a carga máxima de energia e por último e menos importante, investimento em manutenção e readequação da infraestrutura e uma equipe técnica de plantão.
Então, fica aqui uma pergunta: o que é mais importante a arquitetura do espaço ou sua funcionalidade?

A pesquisadora Sonia Salcedo traz esse questionamento ao colocar em pauta que a própria curadoria de exposições de arte também podem ser usadas como uma forma de arte.
Abro aqui este canal para discutir melhorias factíveis para essa importante vitrine de artistas fluminenses pois não se trata de estar aberto para receber trabalhos artísticos mas dar um suporte profissional a esses artistas contando com um espaço convidativo e funcional onde suas obras possam criar uma interação eficiente e eficaz entre a obra e o público.

Os altos e baixos de Gaudí e sua grandeza no MAM-RJ

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Lembro de ter ido a Barcelona quando adolescente e passar em frente do lugares mágicos e impressionantes criados pelo arquiteto Antoni Gaudí. Não tem como não ficar olhando encantado para essas ricas estruturas arquitetônicas, como o Parque Guell e Casa Millà, entre outros.

Assim que abriu a exposição Gaudí: Barcelona, 1900 no Museu de Arte Moderna (MAM-RJ) fomos correndo para ver do que se tratava. Assim que você sobe as escadas em caracol, você já encontra uma típica pilastra do arquiteto, como se fosse o pé de feijão de João que estive te levando para o alto do mundo do Gaudí. Continue reading

Centro Cultural Helio Oticica

 

A experiência vivida no Centro Cultural Helio Oiticica no dia 7/01 não foi muito agradável em vários aspectos. A ideia era aproveitar um dia de verão com temperaturas e umidade alta para ver as exposições do CCHO, mas não foi nada daquilo que foi planejado.

Ao chegar no local, fomos invadidos por um cheiro insuportável de podridão que invadia até o segundo andar do espaço cultural, proveniente da rua.

No primeiro andar, encontrava-se a exposição Ils, Ellos, Elles da artista franco-argentina Julieta Hanono. Continue reading

Horário para visitar museus

A Visitag visitou o Museu de Arte do Rio na terça-feira e teve uma experiência um pouco frustrante. Chegamos às 16:00, uma hora antes do fechamento oficial para a entrada das visitas e para piorar é que tinha uma fila enorme para subir às exposições por dois motivos: a) época do ano, verão, férias e b) a entrada é gratuita às terças-feiras.

Por conta desses fatores, não foi possível ver com atenção todas as exposições, mas aqui vão algunas impressões sobre a visita.

Leopoldina, princesa da Independência, das artes e das ciências é uma exposição muito bacana que permite conhecer um pouco dos costumes da época imperial por meio de seus objetos, litografias, vestuários e que foram contextualizados com obras de artistas contemporâneos que apresentam a fauna e flora brasileira, objeto de estudo da princesa Leopoldina.

A cronologia disposta na ponte antes de entrar na exposição não foi possível se atentar por conta do fluxo de pessoas no momento, impossibilitando a leitura tranquila e calma, transformando-se em um erro museográfico.

Com o tempo se esgotando cada vez mais, só conseguimos fazer uma visita en passant da exposição A cor do Brasil, principalmente focada na arte modernista e concretistas. Como todos sabem, a obra simbólica do modernismo da artista Tarsila do Amaral – Abapuru – já não se encontrava mais na exposição.

O legal do passeio foi encontrar com alguns amigos que trabalham na exposição e poder conversar sobre a vida e a arte.

Ficará para uma próxima visitar as exposições restantes. Ir perto da hora de fechar é ser expulso de forma sútil enquanto acontece a visita, algo que me incomoda bastante porque você se perde e se preocupa em observar rapidamente a exposição sem conseguir assimilar muita coisa e, principalmente, corta-se o diálogo com a obra.

Para conhecer as exposições atuais, basta clicar aqui: Exposições atuais no MAR

 

 

 

 

 

Museu de Arqueologia de Itaipu

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Enquanto estava curtindo minhas férias na praia, decidi fazer uma visita ao Museu de Arqueologia de Itaipu, localizado na Região Oceânica de Niterói, foi a primeira vez que entro neste sitio arqueológico, onde é possível ver algumas maquetes da construção do Recolhimento de Santa Teresa, instituição fundada no começo do século XVIII. Continue reading

Exposição Meu Pedacinho de Chão na Biblioteca Parque

Biblioteca Parque

Thanara Schönardie – Meu Pedacinho de Chão

Na verdade, não sei por onde começar, pois queria dar um tom serio a texto e a minha vontade é fazê-los poesia. Eis a visita guiada realizada à exposição Meu Pedacinho de Chão da Thanara Schönardie. Todos os dias passava em frente à Biblioteca Parque na Av. Presidente Vargas e sempre olhava para a entrada com imensa vontade de conhecer o que encontraria lá dentro. Inicialmente, fiquei imaginando que era uma exposição com fragmentos da cenografia da novela Meu Pedacinho de Chão escrita por Benedito Ruy Barbosa, mas na verdade, somente tinha a indumentaria da figurinista Thanara Schönardie e o cavalo do personagem do Zelão.

Mas posso afirmar que aquilo que vi me teletransportou imediatamente para esse mundo mágico e encantando, a simplicidade da montagem e suportes da indumentaria eram impecáveis e elevavam os detalhes de cada roupa. Incluso, era possível perceber o encardido das vestimentas na cor clara.

No subsolo, tive a grande surpresa, encontrar com o majestoso cavalo cenográfico usado pelo personagem do Zelão. Realmente, era uma coisa imensa e linda, era possível perceber como era o mecanismo para fazer o andar do cavalo.

Meu Pedacinho de Chão - Biblioteca Parque

Meu Pedacinho de Chão – Biblioteca Parque

Por outro lado, gostaria de destacar alguns itens sobre a montagem da exposição. A Biblioteca Parque conta com uma excelente fonte de iluminação tanto natural e artificial, o que propiciou para que a exposição não demandasse de um auxilio de luz. Entretanto, a entrada da exposição ficou a desejar porque era justo onde se encontrava a televisão, a qual transmitia a novela e não era possível visualizá-la nitidamente por conta da grande entrada de luz no ambiente.

Thanara Schönardie - Meu Pedacinho de Chão

Thanara Schönardie – Meu Pedacinho de Chão

Em relação à montagem da exposição, a equipe soube usar de excelentes recursos de mobiliário de forma neutra para dar ênfase ao excelente trabalho da figurinista Thanara Schönardie e, em relação ao local para a montagem foi uma boa escolha, já que fizeram uma analogia entre a trama central da novela, que tratava da questão da educação e leitura, nada mais que justo ter feito em uma biblioteca, onde através dos livros o indivíduo tem acesso ao mundo. É uma pena que a exposição tenha acabado, mas poderemos reviver essa experiência algum dia quando a novela for televisionada novamente.